Magazine de Escrita Criativa

Memórias - Ano 2150


Lembro-me bem da Primavera… Lembro-me dos meus dias de juventude, em que passeava pelo parque e sentia uma brisa refrescante a acariciar-me as faces. Ao longe, via os bosques a ganharem vida. Então, eu mergulhava na sombra das árvores crivadas de Sol, enquanto observava as flores a desprenderem-se e a caírem como uma chuva de borboletas. Um intenso mar de aromas inflava as narinas e escutava-se o doce chilrear dos pássaros. Olhando para o azul infinito do céu, as andorinhas chegavam depois de uma longa jornada…
Nesse tempo tudo era belo, eu era jovem e não me cansava de contemplar a beleza do mundo.
Mas, os meus fortes cabelos negros tornaram-se finos cabelos brancos, as minhas pernas cambaleantes já não são o que eram. Todo eu estou coberto de um manto de rugas. Sou apenas um velho solitário que vagueia por aí sem certezas, neste longo caminho que é a vida. Há muito tempo que o céu azul foi apoderado de uma escuridão constante... Agora, raramente se vê o Sol. Todavia a temperatura subiu bastante nestas últimas décadas. Tudo começou com a ganância e o egoísmo das pessoas. A guerra pelo petróleo destruiu países inteiros e mortíferas epidemias têm devastado o mundo. A vida tornou-se impossível, a pobreza aumentou e já não há crianças. Árvores, arbustos, flores… nada sobrevive. A tecnologia avançou muito, mas de que nos serve isso se o mundo está moribundo? A população diminuiu drasticamente. Dizem que restam cerca de dois mil milhões de seres humanos neste planeta hostil.

A minha família foi levada por uma terrível epidemia e agora não me resta mais nada a não ser as minhas memórias… as minhas memórias dos tempos em que havia Primavera… Já não há uma estação do ano, propriamente. Está um enorme e abafado calor por toda a parte, tanto chove como ficamos a secar e a chuva, quando cai, é cada vez mais ácida e venenosa.
Tentei lutar contra a possibilidade de um mundo assim, mas a única coisa que consegui foi um internato neste asilo. Dantes era religioso, acreditava que talvez Deus ouvisse as minhas preces e nos livrasse deste inferno. As coisas pioraram e a minha fé estatelou-se. Recentemente, extraterrestres vieram em missão de paz, mas tornaram-se nossos inimigos mortais devido à nossa terrível hospitalidade. Ninguém está feliz e a taxa de suicídios tem aumentado monstruosamente. Não sinto vontade de acabar com a minha vida. Apesar de tudo, ainda me restam as memórias da Primavera, das rapsódias coloridas, dos cheiros e das formas dos jardins, da alegria e a da paixão, dos sorrisos das crianças que se misturam com as metamorfoses dos tempos passados!
[Gabriela Magalhães, 8ºB]

Cavalos Imaginados


Um cavalo de raça
Eu queria ter.
Passear na praça
Corridas fazer.


Um belo alazão
Eu queria ter.
Nas tardes de Verão,
Água fresca vê-lo beber.


Cavalgar pelo monte,
Viajar pelos prados
E refrescar na fonte.


Cavalos alados,
De crina dourada
São por mim imaginados!


Hélder Silva – 8ºC

Viagem

Sopra a ventania zangada
Em noites de temporal.
Mais a chuva e trovoada
Que imenso vendaval!

No conforto do meu sofá
Vou a uma terra distante.

Não sei onde parará
Minha alma viajante!

E assim eu serei
Uma sonhadora caminhante.



Carla NogueIra – 8ºC

Ser jovem

Acordar com um sorriso
É ser-se jovem, feliz,
Saudar o dia que desperta
Que alegremente te diz:
És jovem, és sonhador,
És um ser em rebeldia.
Liberta o que há dentro de ti,
Ao longo deste dia.

Quando se é jovem
Acaricia-se a paixão
Nascida do acontecimento
Por vezes a grande desilusão.

Se és jovem a sério
Vive intensamente a vida
Porque ela é breve mas longa
Quando nos prega alguma partida.

Sou jovem, adolescente,
Contestatário, irreverente,
Grito, seta, machado,
Luz, chama incandescente.


Ana Gonçalves e David Guedes (9ºD, CEF T2 PAD, 2008/09)

Ser Cavalo é…

Ser cavalo é
Nascer-se livre e selvagem
Conquistar horizontes
Atravessar outra margem.
Por prados verdejantes
Cavalgar desamparado,
Ao acaso e ofegante,
Mas sempre animado.
Um dia, domesticado,
Jamais livre e independente,
Com rédeas inimigas,
Para sempre obediente.
Uma vida assim cativo,
Com a esperança apagada
De voltar a ser selvagem,
Da liberdade reconquistada.

Ana Santos, Fábio Mendes e Marco Nunes (9ºD, CEF T2 PAD, 2008/09)

Para Além


Existe um planeta para além de mim.
De objectos esquecidos,
natureza recordada.
Invenções de há mil anos já inventadas.
Mil anos de luta pela vida.
Nunca me perguntaste o
que queria de mim,
nunca soubeste o que esperava,
porque andava atrás,
à procura sem encontrar.
Sem nunca saber se já encontrei
o que espero de ti.
Num contra-relógio irás ver
as portas, de longe, para
a transparência da vida.


Sara Ferreira 9ºB

Águas de Outono


É a folha, é o vento, é o fim do Verão
É um resto de sol que aquece o coração
São as árvores despidas e as folhas no ar
São espigas de milho que mulheres vão desfolhar
Ouvem-se estalidos de castanhas a assar

São as primeiras chuvas que caem
São os dias cada vez mais pequenos
As férias já lã vão, já lá vão
É a escola, a escola, a escola…

Sente-se o aroma de castanhas a assar
É o magusto que se vai festejar
Logo que o dia 11 de Novembro chegar

É folha, é árvore é início de Outono
É um castanheiro reverdejante em tons de amarelo
É calor, é frio, muito sono e fome à mistura
É a noite, é a vida, é Outono cheio de Sol
É a chuva e o vento, são folhas vermelhas
É a pedra e o anzol
É um nó, é um nó, é um nó…

[Alunos do 7ºB]

Queria ser o mar

Queria ser o mar
Levar longe os pensamentos
Na rebentação o amor
Forte de paixão, molhar
O corpo ardente, navegar.
Na proa de um veleiro
Ser eu o marinheiro.
Pedro David

Ponto de Interrogação:

Imagina um raio de sol
Que é seguido por um pequeno girassol
Imagina
Não é fácil sonhar?
Não é fácil dormir e não acordar?
É simples fugir de tudo
É simples não ouvir e ficar mudo
É verdadeiramente fácil não ligar ao mundo
Todo ele aqui à nossa volta...
Mas será assim tão fácil
Ignorar a parte desse mundo
Onde estamos nós
Onde há silêncio
E voz
Imagina
Será fácil?

Pensa
Responde
Reflecte


Rui Pires

Canto as chamas

No fundo dos meus olhos observa-se um vasto e profundo oceano. As suas águas são tão azuis que parecem os olhos de uma princesa adormecida. No fundo do mar conseguem ver-se alguns caranguejos, peixes e também uma sereia de cabelos tão vermelhos como as chamas de um amor perdido... um canto apaixonante e mágico. Os pássaros sobrevoavam este oceano de penas tão prateadas como o escudo de um cavaleiro andante...
Dylan Bonnet

Do bico de um pássaro

Do bico de um pássaro
Ouve-se uma triste melodia.
Uma melodia desencantada
Não parece uma sinfonia.

Esta árvore vai embora!
É que agora está na moda
Poluir a Natureza…
A isto chamam viver!

Vanessa Silva

Encantamento

Num lugar exótico, onde tudo era colorido, estava sobre um ramo um magnífico pássaro. Cantava de sol a sol, músicas variadas, encantadoras e mágicas. Quando se ouvia o seu canto, parecia que o ar ficava imovél e o coração batia a uma velocidade incrível. As suas penas lembravam chamas vivas, tão depressa estavam cor de laranja como apareciam amarelas.
Todos os dias, à mesma hora, dirigia-se ao topo de uma árvore e, juntamente com os outros pássaros, cantarolava uma melodiosa canção. Muitos não gostavam, pois achavam que ele tinha nariz empinado, mas ele era um pássaro querido e sincero! O seu voar era o quenele mais tinha encanto: não consigo explicar tamanha magia. Ao fim do dia, depois de sobrevoar o céu, ia descansar, para que, no dia seguinte, pudesse voltar a encantar tudo e todos!
Márcia Raquel Sousa
A água aquece-me
O fogo mantém-me frio
O pássaro não canta sozinho
nem a música toca sem ti

O meu coração vibra triste
ao som deste dia

Tiago Silva

Pássaro

A chama foi apagada
não há que fazer
se ao menos
não fosse água

Depois a musica fugiu
e nesse lugar
ficou
outra coisa
em vez de pássaro

Rui Alves

Água, pássaro, chamas, música...

A água me salvou,
de um dia cheio de confusões,
ela, a mim, me lavou
de tantas destruições,

Quero ouvir a música do pássaro,
no meio da natureza,
sem chamas a destruir,

Quero ouvir o pássaro a cantar
do fundo do meu coração,
e o sol fará tudo brilhar,
neste doce e calmo lar,

Oh! Água que tudo tentas salvar,
até o fogo consegues derrubar!
Oh! Pássaro traz-nos a tua canção,
Traz-nos esse teu cantarolar...

Carlos Carvalho

No silêncio escuto

No silêncio escuto
Palavras sem sentido,
Frases de alguém que tem sofrido

No silêncio pressinto
Um grande acontecimento...
Felicidade não será o meu sentimento

No silêncio vejo
Olhos que choram a sofrer...
Ninguém para os socorrer

No silêncio encontro-me
Para me voltar a perder

Shadow girl

Coisas Simples

São poucas as vezes
Que nos apercebemos do verdadeiro valor
De coisas tão simples
Como o facto de existirmos…

Shadow girl

Há um lugar …

Há um lugar em que a harmonia é cantada
Pelas maravilhas voadoras
Com grandes asas
Feitas de vento
Feitas de nada
Que caem em direcção
A cascatas onde o fogo
Queima a água
Há um lugar
Mas não te vou contar…

Mariana Brandão

TEMA DE ESCRITA / FEVEREIRO

TEMA 1

Redige o texto que estas palavras te poderão sugerir!



canto
chamas
penas
pássaro
água




TEMA 2

Imagina um anúncio publicitário, que possa ser ilustrado com a seguinte imagem:




Viver a Vida

Vive a vida,
Não te esqueças disso,
Pois ela é tão querida,
E não é um desperdício,

Muita gente não a sabe aproveitar,
Pois não sabe o que perde,
Pois ela não é para estragar,
E não há ninguém que a reserve.

A vida é amar,
A vida é brincar,
A vida é sorrir,
A vida é para se aproveitar...

CARLOS CARVALHO

A Terra é como a vida

A Terra é como a vida,
Uns têm a Terra nas palmas das mãos,
Outros são formigas apagadas do mapa que ninguém conhece,

Que ninguém existe,
Que ninguém entristece,
Que ninguém desaparece,
Que ninguém amolece,
Que ninguém amordaça,
Que ninguém ajuda,
Que ninguém quer saber.

O mundo é muito invejável para as pessoas,
Que querem ser pessoas com condições,
Para outras pessoas o mundo é um simples lugar para viver,
Ou então para pessoas más e corruptas o mundo é um sítio,
Onde tudo se pode fazer,
Desde viver a morrer,
Passando também pela destruição, fome e degradação de cada um de nós,
Que não tem luxúrias,
Apenas as coisas simples.

O Mundo é um lugar para se viver e para vivê-lo,
Pois sem o Mundo,
Sem a Natureza,
Sem a água,
Sem a luz,
Sem a comida,
E sem tudo o que nos felicita,
Nós não existiríamos.

Rui Filipe Pereira Pires

Espécie de poema

O que escrevo não é um poema,
Pois não sou poeta
Sou um simples humano
Que escreve o que sente,
Que escreve o que pensa,
Que escreve o que quer,
Não vou dizer
Que só quero paz no mundo e amor,
Pois é mentira
Mas também não digo o que quero,
Porque quero coisas que só a ilusão pode ter.
Quando essas coisas se realizarem
Deixarão de viver na minha ilusão
E serão realidade e
Serão vida.
Aí… serei poeta
Com a realidade.

Sara Ferreira

Um dia

Um dia
Pedi um desejo infinito:
Às aves do céu
Que cantassem para ti e
Aos animais do campo
Que reflectissem o teu poder
E eles disseram para
Cantar e levantar o véu do amor
Pois não posso viver na escuridão
E na vergonha
Pois posso correr o risco
De que o ódio se torne
A minha verdade
E a morte o meu dia-a-dia.

Sara Ferreira

Solidão

Estar sozinho é triste,
Não queiram a solidão,
Sigam os dias em frente ,
e tenham Deus no coração.

É triste estar sozinho,
Não ter ninguém para desabafar,
Não conseguir dar um sorriso,
Mas sim conseguir chorar.

Estar num parque sozinho,
Sem ninguém para falar,
Não ter um ombro amigo,
Para poder ajudar,

Ajudar nos momentos maus
E dar-lhes alegrias,
Não lhes baterem nas costas com paus,
Mas dar-lhes uma vida repleta de fantasias.

Carlos Carvalho

Momentos…

Há momentos na nossa vida em que parece que tudo pára
Um tempo para reflectir sobre o que temos diante de nós
Se somos realmente felizes
Ou se toda a nossa rotina é uma ilusão…
E é aí que alguns têm a sorte
De se aperceberem o quanto afortunados são

Apesar de tudo pelo que passaram para chegar até ali
Sentem-se realmente felizes

É nesse momento que parece que o coração
Perde um peso há já algum tempo adquirido e
Simpaticamente sai do seu ritmo eufórico
Devido à pressão a que todos os dias é submetido
E volta ao seu bate-bate sereno
E quando esse momento acaba parece que deixamos algo de nós para trás
Algo que ironicamente não nos pertencia…

Mariana Brandão Cunha

halo das searas

A corrida mais lenta

O dia amanheceu feliz e sorridente na floresta mágica. Na ilha das goluseimas estavam todos muito animados, porque chegara o dia da corrida mais lenta da ilha.
Nessa corrida, iam participar o caracol, a barata, a cigarra, o grilo, a formiga e a minhoca. Todos os concorrentes teriam de percorrer vários metros na pista das goluseimas. Na pista havia doces, chupa-chupas, maçãs e a mais desejada, alface de chocolate!
Depois da mais bela abelha ter apresentado todos os concorrentes, deu-se início à partida:
— Estão todos prontos? Não se esqueçam que o prémio é uma taça de ouro, cheia de goluseimas...!
O público aplaudiu entusiasticamente, ansioso por saber quem seria o vencedor.
Os concorrentes não poderiam utilizar as suas asas, pois era uma das regras a cumprir.
Todos os concorrentes correram com muito entusiasmo e cada um dos assistentes torcia pelo seu concorrente favorito. Porém, ninguém torcia pelo pobre caracol! A formiga, ouvindo torcer por ela, ganhou confiança e correu a todo o gás ! Mas, de repente, deixou-se levar por uma flor de algodão doce e acabou por desistir da corrida. A vítima seguinte foi o grilo, que não conseguiu resistir a uma alface de chocolate e também ficou para trás... Tal foi o caso de outros concorrentes, excepto do pobre caracol que, quando deu por ela, já tinha chegado à meta final tornando-se num verdadeiro vencedor! O caracol nem queria acreditar...
Assim, nós não devemos desprezar os mais pequenos. Muitas vezes, aqueles que parecem ser os melhores provam o contrário. As aparências enganam!



Ana Luísa Pereira

Nos ramos de um pinheiro

Numa bela noite de 24 de Dezembro para 25 de Dezembro, estava frio, as montanhas cheias de neve, mas sobretudo um agradável sentimento de Natal.
Passava-se a noite de Natal na casa do Paulo.
Em casa do Paulo, na decorada e bonita sala, havia um pinheiro lindíssimo, juntamente com um presépio espectacular.
Um pinheiro com bolas, fitas, luzinhas e uma estrela brilhante no cimo.
Entretanto, a família do Paulo ia jantando na sala, numa mesa agradável, muito bem decorada e cheia de comida tradicional de Natal.
Mas enquanto a família jantava, no pinheiro havia uns pequenos problemas.
Diz a fita azul para as luzinhas:
- Estás-me a queimar!
E respondem as luzinhas para a fita azul:
- Desculpa, não foi com intenção.
Esta pequena discussão criou alguns desacatos entre outros efeitos que estavam no pinheiro.
Eram as bolas multicolores que, com algum movimento, abanavam e batiam nas fitas ou nas luzes, ou eram as fitas que faziam cócegas com as suas pequenas tiras, alguma coisa tinha ser.
Mas a grande e brilhante estrela apercebeu-se dos movimentos que a árvore fazia e gritou:
- Párem quietos e calem-se!
- Estamos no Natal, nada de lutas, vamos todos ser amigos uns dos outros!
- Vejam esta família a passar o Natal.
São vários sorrisos das crianças, a amizade entre as pessoas, é isto o Natal.
- Por favor, deixem-se disso. - pedia a estrela já zangada.
E todos elementos decorativos disseram:
- Desculpa.
E todos fizeram as pazes.
Todos amigos, felizes, pois estávamos no Natal.
E todos observaram à meia-noite e viram realmente o espírito de Natal.
Pode-se mesmo dizer " Nos ramos de uma pinheiro moram emoções", e uma delas é ver a felicidade das pessoas na época Natalícia.

Miguel Sousa

O Coração Da Arábia

Introdução

A turma do 7ºD, do ano lectivo 2007/2008, na disciplina de Área de Projecto, decidiu ler quatro livros infanto-juvenis da escritora Madonna (“Pipas de Massa”; “As Maçãs Do Sr. Peabody”; “As aventuras de Abdi” e por fim “Yakov e os Sete Ladrões”).
De seguida, inspiraram-se nesses livros para criarem o seu próprio livro: “O Coração Da Arábia”.
Os autores deste livro, retiraram algumas personagens principais e secundárias das obras de Madonna, para poderem escrever a sua história com muita inspiração.
Algumas dessas personagens são:
Sr.Pipas – Personagem principal do 5º livro “Pipas de Massa”, escrito por Madonna. Esta personagem começou por ser avarenta, mas no final redimiu-se e transformou-se num amigo dos mais necessitados.
Sr. Peabody – Personagem principal do 2º livro “As maçãs do Sr. Peabody”, escrito por Madonna. Esta personagem ensinou uma lição de vida a um jovem: não se deve espalhar boatos aos ventos.
Abdi – Personagem principal do 4º livro “As Aventuras De Abdi”, escrito por Madonna. Esta personagem foi herdeira da sabedoria e dos bons actos do maior ourives da Arábia.
Ladrões – Personagens secundárias do 3º livro “Yakov e os Sete Ladrões”, escrito por Madonna. Estas personagens começaram por ser malvadas, mas ao longo da história foram mostrando o seu bom coração e terminaram regenerados.

O Coração Da Arábia

Se bem se lembram, o Sr. Peabody, um exemplar professor de História e um empenhado treinador de Basebol, tinha acabado de dar uma lição de vida a um jovem. No entanto, devido ao seu empenho e vontade de triunfar acabou por abdicar da sua profissão de Professor de História, para se dedicar de alma e coração ao desporto e aos seus atletas. Tal empenho, traduziu-se na conquista do 1º campeonato de Basebol. Consta que este campeonato lhe rendeu uma bela recompensa. Quem lucrou com esta vitória foi a sua irmã Susan, uma bela jovem que vivia bem longe, numa aldeia do interior do país. Esta após a vitória conquistada pelo irmão foi convidada para viver com ele. Susan chegou a Happville e tornou-se numa mulher mais activa, curiosa e aventureira. Todos os anos em Happville realizava-se a Feira das Invenções. Quando Susan ouviu falar de um sábio que tinha inventado uma “Máquina Do Tempo” teve uma vontade enorme de visitar a feira e ir ver a “Máquina Do Tempo”.
A notícia da Feira de Invenções atravessou o Atlântico e chegou à Rússia. Escusado será dizer que cinco ladrões acabados de sair de uma história onde aprenderam uma lição de vida, rapidamente se interessaram pela notícia e, num ápice chegaram a Happville com segundas e más intenções.
Num belo fim de tarde de Agosto, o Sr. Peabody resolveu visitar a feira com a sua irmã, quando de repente avistaram uma multidão de pessoas à entrada de uma tenda. Curiosos, o Sr. Peabody e a sua irmã aproximaram-se da multidão e repararam em cinco homens com um ar estranho e misterioso. De repente, alguém tentou roubar a “Máquina Do Tempo”, a multidão afastou-se com receio, mas o Sr. Peabody com a ajuda da sua irmã tentou impedir o roubo.
Um dos ladrões, o mais pequeno, sem querer carrega num botão e activa a Máquina do Tempo levando consigo os cinco ladrões, o Sr. Peabody e a sua irmã Susan. Estes foram ter a um lugar perto do palácio do Sr. Pipas. Sr. Pipas tinha sido numa outra história um homem avarento que devido a circunstâncias da vida se tornou num grande amigo dos pobres e necessitados.
Os ladrões conseguiram fugir com a máquina do tempo, deixando o Sr. Peabody e a irmã para trás.
Nesse mesmo momento, Pipas de Massa estava a passear no seu belo jardim, quando reparou numa bela jovem de cabelos longos e doirados:
-Parecem perdidos, precisam de algo? - perguntou o Pipas.
-Obrigado, é que eu e a minha irmã fizemos “uma longa viagem” e estamos perdidos e muito cansados. -disse o Sr. Peabody.
O Sr. Pipas convidou-os a entrar no seu palácio para que eles se restabelecessem. Dirigiram-se à sala e o Sr. Peabody deu umas boas recomendações à sua Governanta, era preciso fazer um belo banquete!
Durante a conversa, o Sr. Pipas ficou ao corrente da admirável história vivida pelos irmãos. Tinham feito uma viagem ao longo do Tempo…
Susan, esteve sempre corada e de olho brilhante pois os Sr. Pipas parecia-lhe um cavalheiro muito interessante. Passado algum tempo foram avisados que se podiam dirigir à sala ao lado.
Quando a porta foi aberta, avistaram um verdadeiro banquete, havia de tudo: Uvas, Morangos, Croissants, Compotas Caseiras, Bolos, Chá, Café, Leite… Tudo parecia delicioso e feito com imenso carinho.
Depois do festim foram convidados pelo Pipas a pernoitar em sua casa.
Na manhã seguinte, enquanto os irmãos dormiam profundamente, o Sr. Pipas aguardava na sala de visita por alguém muito especial. Tratava-se de um fantástico mágico da Arte da Ourivesaria. Abdi, herdeiro da sabedoria de Eli, o grande Ourives da Arábia, ia visitar o Sr. Pipas para avaliar as suas jóias da família.
Durante a conversa, Abdi referiu que tinha criado uma jóia única e belíssima!!!
O Sr. Pipas que já estava profundamente apaixonado por Susan, mostrou um enorme interesse pela Jóia. Combinaram encontrar-se no dia seguinte à noite para que ele pudesse ver a jóia.
Quando Abdi chegou ao seu albergue, deparou-se com uns indivíduos com um ar duvidoso, tratavam-se dos cinco ladrões que accionaram a máquina do tempo. Estes chamam-se Yuri, Boris, Sergi, Vladimir e Alexander.
Boris, o mais pequeno de todos, seguiu Abdi até ao seu quarto e descobriu a esplendorosa jóia.
Nessa mesma noite, Abdi com receio resolveu dormir com a jóia debaixo da almofada.
Os ladrões, interessados na jóia procuraram silenciosamente por todo o quarto, mas nada encontraram.
No dia seguinte, Abdi arrumou a sua bagagem escondendo bem a jóia e rumou a casa do Sr. Pipas. Sem saber, Abdi ia a ser seguido por Yuri, Boris, Alexander, Sergi e Vladimir. Quando avistou a casa do Sr. Pipas, Abdi já desconfiado resolveu acelarar o passo e entrou, deixando os ladrões desorientados.
Os ladrões queriam espreitar para dentro do quintal então resolveram colocar-se em escadinha para ver melhor o que se passava lá dentro.
Boris, o mais pequeno que se encontrava no topo da “Escada”, saltou para dentro do quintal e dirigiu-se para a janela da sala. Dentro da sala encontravam-se o Sr. Pipas, Abdi, Sr. Peabody e Susan que degustavam um delicioso chá com biscoitos.
Quando Abdi retirou e mostrou a lindíssima jóia, ficaram todos boquiabertos perante tamanha beleza. Tratava-se de um preciosíssimo anel com um enorme rubi em forma de coração com uma mensagem gravada a Ouro.
Boris, o mais pequeno, entusiasmadíssimo com o que via, bateu com a cabeça levemente no vidro correndo em seguida a contar aos amigos.
Os ladrões ficaram incrédulos e resolveram traçar um plano para roubar a jóia. No entanto, eles estavam com algumas dúvidas, pois não sabiam se Abdi levou a jóia para o Sr. Pipas a comprar, ou se como amigo a foi mostrar para saber a sua opinião. Assim sendo, os ladrões resolveram dividir-se em dois grupos, Alexander, Boris, o mais pequeno e Yuri ficaram num grupo, Vladimir e Sergi ficaram noutro. Os primeiros iriam a casa do Sr. Pipas tentar encontrar a jóia, enquanto o segundo grupo faria a mesma coisa no albergue onde Abdi estava hospedado. Num dos lugares a jóia estaria e seria certamente encontrada, pensaram eles!
Já anoitecera e os ladrões estavam preparados para colocar o seu plano em acção. Os primeiros seguiram para casa do Sr. Pipas tentando disfarçar-se de empregados de mesa, uma vez que sabiam da festa que se iria realizar na casa do Sr. Pipas.
Quando lá chegaram raptaram e esconderam três empregados no armário, mas antes tiraram-lhes a roupa. Tamanha foi a pressa que se esqueceram de Boris, o mais pequeno, no armário fechando-o à chaves!!!
Durante a festa, primeiro Susan e de seguida o Sr. Pipas abandonaram a casa e dirigiram-se para o jardim. Aí, sozinhos, sentam-se à volta do belíssimo lago e conversam:
-Susan, gostaria de te dizer uma coisa mas não sei bem como - disse o Sr. Pipas.
-Diz…Diz…, seja o que for eu quero mesmo saber - encorajou Susan.
Então, o Sr. Pipas levantou-se e colheu a mais bela e perfumada Rosa Vermelha do seu jardim, dizendo:
-Susan, o meu amor por ti é tão grande e sincero como o perfume desta rosa. Recebe então este magnífico anel como prova do meu amor e esta rosa como prova da minha sinceridade. Susan, queres casar comigo?
-Já tinha reparado que olha para mim de uma forma diferente – argumentou Susan.
-Está bem!!! - Mas responde senão dou em doido!!!
-Sim…Sim…Sim…!!! -Aceito tudo!!! - disse finalmente Susan.
E sobre a luz do luar beijaram-se apaixonadamente…!!!
Enquanto isso, Yuri e Alexander iam remexendo a casa mas apesar dos esforços não tinham encontrado a jóia.
Boris, o mais pequeno, quase sufocado e ainda preso no armário gritava de aflição. Ao abandonarem a casa, os seus companheiros, ouvindo os gritos de Boris, o mais pequeno, resolveram ir buscá-lo e foram embora levando-o consigo.
No albergue, os outros dois ladrões, depois de muito procurar, encontraram uma cópia fiel do “Coração Da Arábia”. Pensando ser a jóia verdadeira, foram comemorar, gastando todo o dinheiro que tinham e o que não tinham…
Em casa do Sr. Pipas, a festa continuava, todos festejavam com alegria o noivado do casal.
No dia seguinte, os cinco ladrões foram vender a suposta jóia a uma ourivesaria, não sabendo que esta era uma cópia e, que por isso não tinha valor absolutamente nenhum. O ourives que conhecia bem a famosa jóia, facilmente se apercebeu que esta era falsa. Resolveu então enviar o seu empregado ao albergue para chamar Abdi. Este ficou furioso, mas como tinha um bom coração, resolveu perdoar os ladrões e ofereceu-lhes trabalho para que estes se regenerassem e pudessem pagar as suas dívidas.
Aquando do noivado da sua irmã, o Sr. Peabody tinha conhecido uma bela rapariga vizinha de Pipas. Apaixonado e sabendo da existência de uma cópia do “Coração da Arábia”, resolve comprá-la a Abdi. Depois de ter pedido Kate em casamento, Sr. Peabody e o Sr. Pipas, resolveram marcar o casamento no mesmo dia com as suas noivas (Kate e Susan), numa belíssima igreja.
Meio ano depois, as duas belas noivas, de véu e grinalda, subiram por fim ao altar. A festa foi magnífica e os dois jovens casais depois de jurarem amor eterno, viveram felizes para sempre…
Já os ladrões, arrependidos de todo o mal que causaram, aceitaram trabalhar para Abdi e tornaram-se honestos. Só Boris, o mais pequeno, continuava estouvado e desajeitado. Este, tinha sido convidado para a festa de casamento e quando lá chegou, ao ver o magnífico bolo, resolveu ser atrevido e começar a comê-lo antes da abertura.
No entanto, depois de reflectir, desistiu da ideia e resolveu comprar um bolo igual ao dos noivos com todo o dinheiro que tinha. Levou-o para a festa e pousou-o na mesa, indo de seguida dançar. Já os ladrões completamente desejosos de provar o bolo, não hesitaram devoraram-no num abrir e fechar de olhos…
Entretanto, Boris, o mais pequeno, regressou ao salão de jantar e viu só um bolo; pensando ser o dele começou a comê-lo. Os noivos e os convidados não estavam a perceber nada e a solução foi expulsá-lo da festa por ter comido não o seu mas o bolo dos noivos.
Os outros ladrões riram-se às gargalhadas. Boris, envergonhado, triste e aborrecido, decidiu vingar-se fazendo um bolo Muito Picante e oferecê-lo aos ladrões. Mal os ladrões comeram o bolo, começaram a deitar fumo pelas orelhas. Os ladrões arrependeram-se de serem tão gulosos e aprenderam uma bela lição: “Quem ri por último ri melhor”…